quinta-feira, 3 de abril de 2014

Analgésico indicado para grávidas pode prejudicar cérebro do bebê

Estudo científico publicado na revista de pediatria do Jornal da Associação Médica Americana (Jama) questiona a segurança do paracetamol (acetaminofeno)

Fonte Uol

Estudo científico publicado na revista de pediatria do Jornal da Associação Médica Americana (Jama) questiona a segurança do paracetamol (acetaminofeno), presente em muitos analgésicos comuns, para mulheres grávidas. Seu uso na gestação poderia afetar o cérebro do bebê em formação.

É a primeira vez que a substância, comercializada em medicamentos desde a década de 1950 e indicada frequentemente para gestantes, aparece relacionada a um risco aumentado de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) em crianças cujas mães fizeram uso do remédio durante a gestação.

O relatório é assinado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública Fielding, da Universidade da Califórnia (UCLA), e por cientistas da Universidade de Aharus, na Dinamarca. O estudo levou em conta 64.322 mães e filhos que haviam participado de um levantamento entre 1996 e 2002. Mais da metade dessas mulheres tomou paracetamol ao menos uma vez na gravidez.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres grávidas que tomaram o medicamento tiveram um risco 37% maior de ter filhos com uma forma severa de TDAH (transtorno hiperquinético), em comparação com as mulheres grávidas que não usaram o analgésico. Além disso, as que foram medicadas tiveram 29% mais probabilidades de ter filhos aos quais foram prescritos remédios para o TDAH e 13% mais risco de ter filhos com sintomas similares aos do TDAH aos 7 anos.

Quanto maior o tempo durante o qual o paracetamol foi tomado (nos segundo e terceiro trimestres da gestação), mais forte a associação com o TDAH. O risco de transtorno hiperquinético subiu mais de 50% em crianças cujas mães tinham usado a medicação por mais de 20 semanas na gravidez.

Acesso para cadeirantes é bloqueado por carros e mato, flagra internauta

26/03/2014 18h34 - Atualizado em 26/03/2014 18h49

 

Cadeirantes têm dificuldades em ter acesso à rampa.
Seminfra assegura que está fazendo limpeza de vias.

Manoel Geraldo CantoInternauta, Santarém, PA

Fonte G1

Calçada e rampa Cerest (Foto: Manoel Geraldo Canto/VC no G1)

Internauta diz que rampa fica 'bloqueada' quase todos os dias (Foto: Manoel Geraldo Canto/VC no G1)

O internauta Manoel Geraldo Canto enviou para o VC no G1 o flagrante de uma rampa que deveria ser utilizada por cadeirantes em frente ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Santarém, no oeste do Pará. Como a própria imagem mostra, o acesso à rampa está bloqueado por mato e carros, que dificultam a mobilidade tanto para ter acesso ao local, quanto para retornar à rua.

A rampa fotografada pelo internauta fica na Avenida Presidente Vargas e, segundo o empresário, quase nunca consegue dar acessibilidade aos cadeirantes. "Um órgão de saúde ter um acesso desse para cadeirantes é irresponsabilidade com a mobilidade e a saúde pública em Santarém", destaca Manoel Geraldo.

O empresário ressalta ainda a falta de fiscalização de veículos estacionados na calçada e em frente ao órgão, bloqueando o acesso de quem precisa de acesso diferenciado. "Esses veículos parados ali bem na frente da rampa e nas calçadas atrapalham a mobilidade, precisa de fiscalização", completa o internauta.

Ele conta que a situação se repete diariamente. "Isso acontece direto, todo dia. Sem espaços na calçada para trafegar, as pessoas são obrigadas a trafegar pela rua, correndo risco de acidentes", conclui.

Nota da Redação: A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informa que nesta quarta-feira (26) a equipe de roçagem e limpeza de vias atuando nas Avenidas Elinaldo Barbosa, Moaçara, Rua 24 de outubro, Avenida Marechal Rondon e Avenida Cuiabá e no início da próxima semana deve ser atendida a demanda citada. O G1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) e aguarda um posicionamento.

Autismo é resultado de anomalias nas estruturas cerebrais, mostra estudo

A descoberta faz parte de estudo que mostra uma desorganização na estrutura cerebral das crianças autistas

27/03/2014 09:09:00Atualizado em 27/03/2014 09:10:31

O autismo resulta de anomalias no desenvolvimento de certas estruturas cerebrais do feto, revelaram hoje (27) neurologistas americanos. A descoberta faz parte de estudo que mostra uma desorganização na estrutura cerebral das crianças autistas.

"Se for confirmada por outras investigações, poderemos deduzir que isso reflete um processo que se produz bem antes do nascimento", explicou Thomas Insel, diretor do Instituto Americano da Saúde Mental (Iasm), que financiou o trabalho publicado na revista New England Journal of Medicine. "Esses resultados mostram a importância de uma intervenção precoce para tratar o autismo, que atinge uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos", acrescentou.

O autismo é "geralmente considerado um problema do desenvolvimento do cérebro, mas as investigações não permitiram ainda identificar a lesão responsável", disse Insel.
"O desenvolvimento do cérebro de um feto durante a gravidez inclui a criação do córtex - ou córtex cerebral – composto por seis camadas distintas de neurónios", precisou Eric Courchesne, diretor do Centro de Excelência em Autismo da Universidade da Califórnia (San Diego), principal coautor da pesquisa. "Nós descobrimos anomalias no desenvolvimento dessas camadas corticais na maioria das crianças autistas", acrescentou.

Os médicos analisaram amostras de tecido cerebral de 11 crianças autistas, com idade entre 2 e 15 anos, no momento da sua morte, e compararam com amostras de um grupo de 11 crianças não autistas.

Os investigadores analisaram uma série de 25 genes que servem de marcadores para certos tipos de células cerebrais que formam as seis camadas do córtex e constataram que esses marcadores estavam ausentes em 91% dos cérebros de crianças autistas, contra 9% no grupo de controle (crianças não autistas).

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Empresas buscam autistas por suas habilidades únicas.

Algumas empresas estão vendo o autismo cada vez mais como uma vantagem no trabalho, em vez de uma deficiência.

A empresa alemã de software SAP AG, por exemplo, tem procurado ativamente pessoas com autismo para certas posições, não como uma iniciativa de caridade, mas por acreditar que as características do autismo podem tornar algumas pessoas melhores para determinadas tarefas.

Segundo especialistas na deficiência, a iniciativa tem mérito: Estima-se que 85% dos adultos com autismo estejam desempregados. O programa, iniciado na Alemanha, Índia e Irlanda, também está sendo lançado em quatro escritórios da empresa na América do Norte.

A SAP pretende que, até 2020, 1% da sua mão-de-obra, de cerca de 650 pessoas, seja de pessoas com autismo, diz José Velasco, responsável pela iniciativa da SAP nos Estados Unidos.

Pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) - que têm como características um comportamento repetitivo e deficiência para interações sociais - tendem a prestar muita atenção a detalhes, o que pode torná-las muito indicadas para fazer testes de software e eliminar falhas, segundo Velasco, que tem dois filhos com a doença.

Além disso, essas pessoas trazem uma perspectiva diferente ao local de trabalho, o que pode contribuir para a eficiência e a criatividade, diz.

"Elas têm uma natureza muito estruturada" e apreciam resultados precisos e sem ambiguidade, diz. "Estamos olhando para esses pontos fortes e vendo onde eles teriam valor na organização."

Os funcionários autistas da SAP assumiram funções como a identificação de problemas de software e a distribuição de consultas feitas pelos clientes à central de atendimento, para membros da equipe responsável pela solução de problemas.

Um desses funcionários autistas trabalha em "marketing de talentos", enviando mensagens a outros empregados internamente. A empresa procura alguém para produzir vídeos e está considerando um candidato com autismo que tenha experiência em mídia.

A SAP também está cogitando oferecer outras funções para autistas, como a redação de manuais que deem a clientes instruções muito precisas sobre como instalar o software.

As pessoas com autismo podem se sobressair numa descrição passo a passo, por exemplo, sem omitir detalhes que outros podem deixar escapar, diz Velasco. O processo de compras, como a obtenção de notas fiscais ou a gestão da cadeia de suprimentos, é outra área em que um indivíduo com autismo pode se destacar, diz ele.

A SAP não é a única empresa a ter um programa desse tipo. Nos EUA, a agência de hipotecas Freddie Mac oferece estágios desde 2012, inclusive na área de TI, finanças e pesquisa.

A instituição contratou seu primeiro funcionário em tempo integral desse programa em janeiro, segundo uma porta-voz da Freddie Mac. Na área de TI, a empresa descobriu que os estagiários têm um bom desempenho em testes e modelagem de dados que exigem foco e grande atenção a detalhes, assim como uma maneira de ver as coisas que pode ter sido ignorada pelos desenvolvedores.

"Aproveitar as habilidades únicas de pessoas no espectro autista tem o potencial de fortalecer nosso negócio e nos tornar mais competitivos", diz a norma interna da Freddie Mac.

Assim como ocorre em qualquer grupo, pessoas com autismo têm uma gama de interesses e habilidades. A SAP está trabalhando com uma consultoria dinamarquesa de treinamento com foco no autismo, a Specialisterne. A firma faz uma seleção cuidadosa de candidatos para encontrar profissionais adequados, antes de enviá-los para serem avaliados pela SAP.

Patrick Brophy, de 29 anos, é bacharel em ciência da computação e fez pós-graduação em sistemas de multimídia, que inclui o desenvolvimento de sites e edição. Brophy diz ter a síndrome de Asperger, termo comumente usado para descrever uma forma mais branda do transtorno do espectro autista.

Ele estava procurando um emprego integral há alguns anos, mas diz que, nas entrevistas pelas quais passou, acabava gaguejando ou interpretando mal as perguntas, o que ela acha que prejudicou seu resultado.

Mas quando chegou à SAP para a entrevista, ele tinha as qualificações técnicas e parecia ter a capacidade de trabalhar num ambiente corporativo, diz Peter Brabazon, gerente de programas da Specialisterne. Brophy foi contratado pelo departamento de garantia de qualidade em julho, onde identifica falhas em software que ainda vai ser vendido.

"Quatro semanas antes de entrar [na empresa], comecei a ficar mais nervoso", diz Brophy, que se preocupava com sua adaptação a um novo ambiente. "Em um mês, [o trabalho] se tornou natural. Eu me encontrei."

Para Brophy, o trabalho traz desafios, especialmente quando tem que mudar a forma com que faz uma determinada tarefa. Do ponto de vista social, foi fácil se integrar à equipe, diz Brophy e David Sweeney, colega designado para ser seu mentor.

Estima-se que 1% da população dos EUA, cerca de três milhões de pessoas, tenha uma síndrome do espectro autista. Os dados mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, divulgados na semana passada, mostram que 1 em cada 68 crianças foi diagnosticada com alguma espécie de autismo nos EUA.

No Brasil, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo estimou, em 2007, que há um milhão de casos de autismo no Brasil. Hoje, será inaugurada em Itaboraí, RJ, a primeira clínica-escola para autistas do Brasil, que também funcionará como centro de capacitação profissional.

Fonte: Valor Econômico / The Wall Street Journal, por Shirley S. Wang e Camila Viegas-Lee, 01.04.2014

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