terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Projeto faz pais deficientes visuais “verem” o feto

Iniciativa reproduz feto de resina em 3D gratuitamente

Por Ana Paula Machado, filha de Nirleide e Jonas

Você já parou para pensar como é a gestação de uma deficiente visual? Sem dúvida, as características e sintomas são os mesmos, mas é na forma de sentir o bebê que está a diferença. Por ter os outros sentidos mais aguçados, elas são capazes de perceber detalhes que para mulheres sem a deficiência é um pouco mais difícil de identificar. Nada comprovado, mas elas dizem que, pelo costume de prestar mais atenção a movimentos e sons, conseguem perceber posições que são confirmadas mais tarde no ultrassom, por exemplo.

“Como não tenho a visão, acabo prestando mais atenção nos detalhes, como a posição do meu filho e o que ele está fazendo. Se me chuta, não sei se foi com o pé ou com joelho, mas sei que foi com o lado esquerdo. E quando o médico descreve a posição em que ele está sempre é do mesmo jeito que eu imaginava”, contou Ana Paula Silveira, fisioterapeuta, filho de Maria Izabel e José, deficiente visual desde os 7 anos de idade e que está grávida de 8 meses.

O ginecologista e obstetra especialista em medicina fetal, Heron Werner, pai do Enzo, diz que “a pessoa que tem a deficiência visual de longa data desenvolve outras compensações. Elas prestam mais atenção e naturalmente focam mais do que as outras. Então elas têm mais percepção de movimento”, diz.

O pré-natal é igual, os exames e as consultas seguem da mesma maneira. O que muda é que, durante o ultrassom, o médico se torna também um narrador. Justamente por não enxergarem o bebê que está se formando, a única forma de conhecer o máximo de detalhes do filho é se alguém disser tudo o que está vendo, nos mínimos detalhes. Tem quem leve amigas e até contadores de histórias para ajudar o médico nessa hora.

Bebê impresso

Além de imaginar e sentir o bebê dentro da barriga, os deficientes visuais podem tocar as formas do feto. Um projeto com apoio do Instituto Tecnológico do Rio de Janeiro reproduz fetos em 3D gratuitamente para cegos. “Nunca me preocupei pelo fato de ser deficiente visual, mas, como engravidei sem planejar, na hora do choque passa esse tipo de pensamento pela cabeça. E eu sempre imaginei como seria o ultrassom”, contou Ana Paula, que desde o início da gestação teve acesso ao feto 3D.

O ginecologista Heron Werner é um dos idealizadores do projeto e diz que, desde o início, em 2011, já acompanhou sete mulheres na mesma situação. Ele conta que continua narrando o ultrassom, porque, depois, com a reprodução em mãos, as mães revivem o processo e confirmam os detalhes que ouviram, além de acrescentar mais alguns.

“Do mesmo modo que uma mãe se emociona ao ver as imagens na tela do ultrassom, eu sinto a emoção de pegar no meu filho. Por mais que os médicos tenham a preocupação de descrever todo o exame, a sensação de sentir o bebê nas minhas mãos não se compara”, contou Ana Paula, que está fazendo todo o pré-natal pelo SUS e define o trabalho como de caráter inclusivo e de acessibilidade.

As fases

A reprodução é feita em resina e realizada três vezes durante a gestação, uma por trimestre. Elas são baseadas nos exames de ultrassonografia e ressonância magnética, e até 2011 eram destinadas apenas a estudos, mas, como deu muito certo, os especialistas pensaram também nos deficientes visuais.

“A qualquer idade da gestação é possível fazer a impressão do feto em 3D, desde que os exames sejam de boa qualidade”, diz o médico. Por exemplo, no final da gestação, já quase sem espaço, o bebê fica espremido, e a imagem pode ficar deformada. Mas este vai ser o mesmo problema que a mulher sem a deficiência vai ter ao realizar o exame.

A primeira impressão do bebê em 3D é feita por vota de 12 semanas de gestação, quando só com o ultrassom é possível ter a reprodução do corpo inteiro. Nesta fase ainda não é possível sentir os detalhes da face ou qualquer outro apenas com o toque. Alvaro Zermiani, marido de Ana Paula, jornalista, e também deficiente visual, conta que nesta fase só conseguiu perceber as formas do corpo do bebê. E Ana lembra: “O médico me disse que o bebê estava cobrindo o sexo com a mão, e quando, chegou a reprodução, era exatamente isso que ele estava fazendo”.

A segunda reprodução pode ser feita entre a 20ª e a 22ª semana, mas desta vez, é apenas o rosto do bebê que vai ser impresso. “Com o ultrassom só conseguimos fazer uma reprodução do corpo inteiro até 16 semanas de gestação. Depois, só é possível reproduzir por partes”, explica o médico.

Alvaro contou que, quando recebeu a segunda reprodução, apenas do rosto, foi fácil saber com quem o filho se parece mais. “Ela percebeu que era parecido comigo pelo formato do nariz, da boca. E eu também senti que as características são minhas”, disse.

A terceira impressão 3D do bebê é feita através da ressonância magnética, que capta informações do corpo todo em uma imagem só. Apesar de o bebê estar espremido no útero, é uma das reproduções que mais deixam os pais ansiosos. “Ter a possibilidade, sem enxergar, de conhecer o nosso filho, é uma dádiva”, disse Alvaro.

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

dia3dezVinte e cinco anos depois de promulgada a Constituição Federal, que assegura a todos os brasileiros, sem qualquer discriminação, o direito ao desenvolvimento e à autonomia, e cinco anos após o Brasil ter ratificado a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda é preciso implementar políticas mais incisivas para garantir os direitos dessa parcela da população. As informações são da Agência Brasil.

No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado hoje (3), especialistas ligados à área reconhecem, no entanto, que entre os avanços observados nos últimos anos está o lançamento, em 2011, do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite. O objetivo do plano é melhorar o acesso desses cidadãos a direitos básicos, como educação, transporte, mercado de trabalho, qualificação profissional, moradia e saúde.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que existem no Brasil aproximadamente 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 23,91% da população.

A presidenta do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Amaral, defende, por exemplo, a implementação de mais ações preventivas por parte do Estado, voltadas à maior segurança no trânsito. Ela destacou que mais da metade dos deficientes físicos com lesão medular ou traumatismo craniano atendidos pela instituição estão nessa condição em razão de acidentes em ruas e estradas brasileiras. O IBDD atende a cerca de 5 mil pessoas por ano com variados tipos de deficiência, oferecendo orientação e assistência na defesa dos seus direitos.

"As políticas públicas ainda são muito desconectadas da realidade das pessoas com deficiência. Há tentativas, nas três esferas de governo, de se avançar no tema, mas são incipientes, porque ainda não há no Brasil uma cultura da política pública efetivamente trabalhada para as dificuldades da vida diária. O Brasil tem a melhor legislação das Américas nessa área, mas ainda não respeitada e, portanto, não há efetivação dos direitos das pessoas com deficiência", disse.

Entre os direitos que, segundo ela, não são respeitados na prática estão a reserva de vagas por meio da política de cotas nas empresas, a acessibilidade em ruas e espaços públicos, e ainda em prédios públicos e particulares de uso coletivo. "Neste dia 3 de dezembro, a nossa luta continua sendo em defesa do respeito aos direitos da pessoa com deficiência", destacou.

O jurista Yure Gagarin, presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coddede) da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, citou como entrave à efetivação dos direitos dessa parcela de brasileiros os elevados preços para a compra de equipamentos específicos, como cadeira de roda motorizada, braços e pernas eletrônicas que podem custar até R$ 100 mil.

"O Estado tem que trabalhar de forma efetiva para baixar os preços das tecnologias para pessoas com deficiência. Esse é um dos pontos primordiais, que inclusive está na Constituição Federal. No Artigo 6, ela estabelece que o Estado deve oferecer assistência social à sua população, principalmente quando não se tem condição de pagar", disse. "Dinheiro o Brasil tem, senão não teria feito em tão pouco tempo estádios de futebol para sediar a Copa do Mundo", acrescentou.

Na opinião do secretário nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, o Brasil tem motivos para comemorar a data de hoje, principalmente em razão da implementação do Viver sem Limite. Ele ressaltou que com o programa, pela primeira vez o país tem um "exemplo prático" de políticas públicas organizadas para atender às pessoas com deficiência.

"As ações, divididas em quatro eixos - educação, saúde, inclusão social e acessibilidade - estão em 15 ministérios e, de modo efetivo, começam a ocorrer na vida das pessoas", disse.

Entre os resultados contabilizados até agora ele citou a entrega de 1,5 mil ônibus acessíveis a prefeituras para serem usados no transporte de crianças com deficiência às escolas. Ao todo, foi anunciada a compra de 2.609 desses coletivos, dos quais 2 mil já foram contratados. Além disso, ele lembrou que mais de 700 mil moradias do Programa Minha Casa Minha Vida foram construídas com acessibilidade.

Em relação aos preços de equipamentos específicos para esses brasileiros, o secretário enfatizou que, ainda no âmbito do programa, o governo oferece uma linha de financiamento para que pessoas com deficiência comprem mais de 250 produtos de tecnologia assistida, como lupas de alta resolução, impressora em Braille e aparelho auditivo, entre outros. A linha de crédito, operada pelo Banco do Brasil, tem juro de 0,44%, pode ser financiada em até 60 meses e tem valor máximo de R$ 30 mil.

Em relação às ações preventivas implementadas pelo governo para reduzir o número de pessoas com deficiência em razão do trânsito,  Ferreira lembrou que o governo implementou a Lei Seca. Acrescentou que a secretaria está investindo em centros de reabilitação pelo país para garantir que, quando esses acidentes ocorrerem, as pessoas tenham condições de receber o tratamento adequado para diminuir ou eliminar sequelas.

Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/7,82042,Dia%20Internacional%20das%20Pessoas%20com%20Deficiencia.html#ixzz2mR39g9Xr

Especialistas defendem políticas mais incisivas para garantir direitos de pessoas com deficiência

Brasília - Vinte e cinco anos depois de promulgada a Constituição Federal, que assegura a todos os brasileiros, sem qualquer discriminação, o direito ao desenvolvimento e à autonomia, e cinco anos após o Brasil ter ratificado a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda é preciso implementar políticas mais incisivas para garantir os direitos dessa parcela da população.

deficienciaNo Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, comemorado hoje (3), especialistas ligados à área reconhecem, no entanto, que entre os avanços observados nos últimos anos está o lançamento, em 2011, do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. O objetivo do plano é melhorar o acesso desses cidadãos a direitos básicos, como educação, transporte, mercado de trabalho, qualificação profissional, moradia e saúde.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que existem no Brasil aproximadamente 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 23,91% da população.

A presidenta do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Amaral, defende, por exemplo, a implementação de mais ações preventivas por parte do Estado, voltadas à maior segurança no trânsito. Ela destacou que mais da metade dos deficientes físicos com lesão medular ou traumatismo craniano atendidos pela instituição estão nessa condição em razão de acidentes em ruas e estradas brasileiras. O IBDD atende a cerca de 5 mil pessoas por ano com variados tipos de deficiência, oferecendo orientação e assistência na defesa dos seus direitos.

"As políticas públicas ainda são muito desconectadas da realidade das pessoas com deficiência. Há tentativas, nas três esferas de governo, de se avançar no tema, mas são incipientes, porque ainda não há no Brasil uma cultura da política pública efetivamente trabalhada para as dificuldades da vida diária. O Brasil tem a melhor legislação das Américas nessa área, mas ainda não respeitada e, portanto, não há efetivação dos direitos das pessoas com deficiência", disse.

Entre os direitos que, segundo ela, não são respeitados na prática estão a reserva de vagas por meio da política de cotas nas empresas, a acessibilidade em ruas e espaços públicos, e ainda em prédios públicos e particulares de uso coletivo. "Neste dia 3 de dezembro, a nossa luta continua sendo em defesa do respeito aos direitos da pessoa com deficiência", destacou.

O jurista Yure Gagarin, presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coddede) da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, citou como entrave à efetivação dos direitos dessa parcela de brasileiros os elevados preços para a compra de equipamentos específicos, como cadeira de roda motorizada, braços e pernas eletrônicas que podem custar até R$ 100 mil.

"O Estado tem que trabalhar de forma efetiva para baixar os preços das tecnologias para pessoas com deficiência. Esse é um dos pontos primordiais, que inclusive está na Constituição Federal. No Artigo 6, ela estabelece que o Estado deve oferecer assistência social à sua população, principalmente quando não se tem condição de pagar", disse. "Dinheiro o Brasil tem, senão não teria feito em tão pouco tempo estádios de futebol para sediar a Copa do Mundo", acrescentou.

Na opinião do secretário nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira, o Brasil tem motivos para comemorar a data de hoje, principalmente em razão da implementação do Viver sem Limite. Ele ressaltou que com o programa, pela primeira vez o país tem um "exemplo prático" de políticas públicas organizadas para atender às pessoas com deficiência.

"As ações, divididas em quatro eixos - educação, saúde, inclusão social e acessibilidade - estão em 15 ministérios e, de modo efetivo, começam a ocorrer na vida das pessoas", disse.

Entre os resultados contabilizados até agora ele citou a entrega de 1,5 mil ônibus acessíveis a prefeituras para serem usados no transporte de crianças com deficiência às escolas. Ao todo, foi anunciada a compra de 2.609 desses coletivos, dos quais 2 mil já foram contratados. Além disso, ele lembrou que mais de 700 mil moradias do Programa Minha Casa Minha Vida foram construídas com acessibilidade.

Em relação aos preços de equipamentos específicos para esses brasileiros, o secretário enfatizou que, ainda no âmbito do programa, o governo oferece uma linha de financiamento para que pessoas com deficiência comprem mais de 250 produtos de tecnologia assistida, como lupas de alta resolução, impressora em Braille e aparelho auditivo, entre outros. A linha de crédito, operada pelo Banco do Brasil, tem juro de 0,44%, pode ser financiada em até 60 meses e tem valor máximo de R$ 30 mil.

Em relação às ações preventivas implementadas pelo governo para reduzir o número de pessoas com deficiência em razão do trânsito,  Ferreira lembrou que o governo implementou a Lei Seca. Acrescentou que a secretaria está investindo em centros de reabilitação pelo país para garantir que, quando esses acidentes ocorrerem, as pessoas tenham condições de receber o tratamento adequado para diminuir ou eliminar sequelas.

Edição: Graça Adjuto

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é marcado com seminário

Empregabilidade será discutida num evento gratuito em Petrolina. Mais de 40 mil pessoas na cidade têm algum tipo de deficiência.

Juliane PeixinhoDo G1 Petrolina

Mais de 13% da população de Petrolina tem algum tipo de deficiência, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Acessibilidade. Nesta terça-feira (3) comemora-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A Secretaria Municipal de Acessibilidade de Petrolina vai promover neste dia, o I Seminário “Empregabilidade, um caminho sem volta”. O evento é gratuito e acontecerá das 8h às 12h, no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A ação é uma parceria da secretaria de Acessibilidade com o Ministério do Trabalho e Emprego, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Agência do Trabalho e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho (Sedest).

De acordo com a organização, o seminário contará com a presença do perito do serviço de reabilitação profissional, Edinaldo Torres e a representante do Ministério do Trabalho e Emprego, a auditora fiscal Márcia Pinheiro.

A proposta do seminário é integrar a pessoa com deficiência em todos os níveis, desde o social ao familiar, explica a secretária de Acessibilidade de Petrolina, Rosemary Andrade. “O Dia Internacional de Luta da Pessoa com Deficiência é uma data que nos remete a batalha que já travávamos há muito tempo e ainda na atualidade. Relembramos também que precisamos continuar buscando melhorias, porque entendemos que muito já se fez. Mas, ainda temos muitas coisas a conquistar”, ressalta Rose.

Para Rosemary, a principal conquista da pessoa com deficiência é a empregabilidade. “É um caminho sem volta, quando as pessoas percebem que são úteis, nunca mais querem ficar em casa e esperar as coisas”, comenta.

A operadora de caixa Jacivânia Pereira dos Santos, 24 anos, tem deficiência física e ela é uma entre os muitos deficientes brasileiros que estão no mercado de trabalho. “Comecei a trabalhar em 2011 como serviços gerais em uma loja de eletrodomésticos. Depois fiquei 1 ano e 4 meses em outra loja, como operadora de caixa. E hoje, estou a 5 meses trabalhando em uma loja de material de construção. Eu tive uma boa oportunidade.  Tudo tem dado certo e tenho achado muito bom trabalhar”, revela Jacivânia.

Em todo o Brasil, a última relação anual de informações sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho de 2011, um total de 325,3 mil pessoas com deficiência já tinham vínculo empregatício.

Projetos voltados à Pessoa com Deficiência

Em Petrolina, desde 2008 foi criada uma secretaria na cidade responsável pela acessibilidade e atender as pessoas com algum tipo de deficiência, seja ela, intelectual, física, visual e auditiva. Ganharam destaques projetos como o Banco Municipal de Empregos para pessoa com deficiência (BAMEM), que surgiu da necessidade das empresas que precisam cumprir a lei que determina que mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência.

Além do Bamem também são promovidas pelo município, campanhas educacionais no trânsito a exemplo da campanha “Difícil para você? imagina para nós”, que foi realizada em abril deste ano e já tem a segunda etapa programada para este mês de dezembro. O programa leva os utiliza deficientes às ruas para educar as pessoas no trânsito.

Outro projeto que vem facilitar a mobilidade dos deficientes de Petrolina é o ‘Rota Acessível’ que em parceria com a secretaria de infraestrutura do município fará a revitalização de todo o piso da orla de Petrolina, retirando as pedras portuguesas e colocando um pavimento mais adequado para pessoas com deficiência. A obra será realizada no centro da cidade e no acesso ao Terminal Hidroviário de Petrolina, que faz o embarque e desembarque de passageiros das barquinhas.

Dilma regulamenta aposentadoria para pessoas com deficiência

“Deficiência não é invalidez e nem doença. As pessoas com deficiência têm competência e capacidade para trabalhar e gerar renda para si e para sua família”, disse a presidenta Dilma na solenidade, no Palácio do Planalto, às 11h desta terça-feira (3), de regulamentação do decreto da aposentadoria especial para a pessoa com deficiência. A fala foi seguida de muitos e entusiasmados aplausos da plateia. 

Presidência da RepúblicaDilma regulamenta aposentadoria para pessoas com deficiência  

A solenidade foi iniciada com 1 minuto de silêncio em homenagem ao Governador de Sergipe, Marcelo Déda, que morreu nesta segunda-feira (3). 

A presidenta Dilma acrescentou que “eles recebem tratamento diferenciado para que sejam respeitadas as suas características especiais”. E que “nesse três de dezembro todo o mundo celebra o Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência, mas é preciso lembrar que essa é uma luta diária, cotidiana, e exige de todos nós um comprometimento a vida inteira”.

Ela disse ainda que com essa medida o governo está saldando uma dívida, já que a regulamentação deveria ser feita desde a Constituição de 1988. Dilma parabenizou o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) que, segundo ela, representa o esforço de todos nas ações e políticas em favor da autonomia e dignidade plena da pessoa com deficiência.

A presença de um cão-guia chamou a atenção da Presidenta Dilma, que elogiou o cachorro, que foi levado até ela. Por um momento o protocolo foi quebrado - a Presidenta acarinhou o cão, conversou com a tratadora e elogiou a beleza do animal -, mas ao final concluiu que o cachorro dela – um Labrador - é mais bonito e o mais dócil dos animais.

Viver Sem Limites
A solenidade foi iniciada com 1 minuto de silêncio em homenagem ao Governador de Sergipe, Marcelo Déda, que morreu nesta segunda-feira (3). Em seguida houve apresentação de um vídeo mostrando as ações do Programa Viver Sem Limite.
Por meio de videoconferência, o Palácio do Planalto assistiu a solenidade de adesão da cidade de São Paulo ao Programa, durante inauguração de um centro de reabilitação na zona sul da cidade, presidida pelo prefeito Fernando Haddad, com a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O Prefeito de São Paulo lembrou à Presidenta que a cidade está aderindo a todos os programas do governo federal de assistência às pessoas portadoras de deficiência, destacando que esse é um programa intersetorial, que inclui aspectos de mobilidade, moradia, capacitação profissional etc.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um breve discurso para enfatizar as palavras do Prefeito de São Paulo, sobre a importância das cidades se alinharem ao governo federal em um propósito como esse.

Para a ministra Maria do Rosário, de Direitos Humanos, que também discursou, “mais uma vez o Palácio do Planalto se torna território da inclusão e do respeito aos direitos humanos. Nessa data destinada pelas Nações Humanas para homenagear os que lutam pelo direito das pessoas com deficiência, o governo renova seu compromisso de trabalhar por direitos para todos e todas as brasileiras”, disse.

Novas regras
Coube ao ministro da Previdência, Garibaldi Alves, explicar como funcionará a nova lei: o homem poderá se aposentar com 25 de contribuição e a mulher com 20, no caso de deficiência grave; o homem com 29 anos de contribuição e a mulher com 24, no caso de deficiência moderada; e no caso de deficiência leve, o homem com 33 anos contribuição e a mulher com 28.

Também há novas regras para quem se aposentar por idade. O homem aos 60 anos e a mulher aos 55 desde que tenham cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 anos e comprovem a existência da deficiência durante o mesmo período.

A lei considera pessoa com deficiência “aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

De Brasília
Márcia Xavier

Dia de luta da pessoa com deficiência: história e avanços

DIÁRIO DA MANHÃ

TÊNIO DO PRADO

O Brasil definiu a data de 21 de setembro para comemorar o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, e a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu três de dezembro para a mesma finalidade, só que em âmbito internacional. Mas por que foram definidas especificamente essas datas? Para melhor entendimento é preciso fazer um breve histórico sobre essas pessoas e os seus direitos.

A pessoa com deficiência surgiu com o ser humano. Porém, os primeiros registros de sua existência ocorreram no Egito, com o surgimento da escrita, há mais de 4,5 mil anos. A deficiência não é uma doença, mas uma seqüela derivada de algum fato que a pessoa experimentou durante sua gestação (congênita), nascimento ou durante sua vida, podendo ser física (paraplegia, tetraplegia, paralisia, amputação, nanismo etc), visual (cegueira, baixa visão), auditiva, intelectual (paralisia cerebral, síndromes, sensorial) ou múltipla (associação de várias deficiências), além de outras espécies de deficiência oriundas destes gêneros.

A ONU, em 2006, instituiu a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, com adesão do Brasil em 30 de março de 2007. As regras da Convenção aderiram à Constituição Federal de 1988, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, com força de emenda constitucional, e figurou no ordenamento jurídico brasileiro com o Decreto nº 6.949/2009.

Os conceitos dessa Convenção fomentaram o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite, instituído no ano passado. Entre as conquistas se destacam a terminologia padrão e universal de “Pessoa com Deficiência”, em substituição a qualquer outra forma de tratamento. Dessa forma, as barreiras deixam de ser na pessoa e passam a ser no ambiente, na relação interpessoal, na discriminação. E os direitos e prerrogativas da mesma passam a ser avaliados, definidos e determinados por código internacional de funcionalidades (CIF), e não mais por código internacional de doenças (CID), como ocorre atualmente

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, em trâmite no Congresso Nacional há mais de 10 anos, representa um marco na vida da Pessoa com Deficiência e da Pessoa com Mobilidade Reduzida, pois institui direitos e consolida outras prerrogativas ou expectativa de direitos, bem como elimina distorções e injustiças, a exemplo de lacunas e vacâncias nas normas legais existentes, nacionais ou internacionais, embora os conceitos inerentes à mesma estejam em franca evolução e sedimentação.

Destaque-se ainda a criminalização de condutas discriminatórias ou exclusivas, o que se traduz em medidas protetivas, além da majoração dos percentuais de cotas destinadas à pessoa com deficiência na Lei de Cotas nº 8.213/91, como forma de ampliar a empregabilidade inclusiva.  Portanto, a existência da pessoa com deficiência é antiga no planeta, mas os seus direitos são tema recente que enfrenta paradigmas negativos e culturas milenares incompatíveis com os tempos e conceitos atuais. Isto exigirá dos atores dos cenários nacional e internacional, governamental ou não, notável determinação, persistência e dedicação incomuns para construírem novos valores sociais inclusivos, na perspectiva de atender as necessidades precípuas do expressivo contingente mundial de pessoas com algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida, permanente ou transitória, assim considerados o idoso, obeso, gestante, pessoa com criança de colo, pós-operado e acidentado durante o período de recuperação, a criança, etc.

Nessa dimensão, vale ressaltar a máxima de que “quem não é pessoa com deficiência poderá vir a ser ou irá envelhecer e terá sua mobilidade reduzida. Portanto, as ações em favor da PCD beneficiarão todas as pessoas do planeta”

(Tênio do Prado, presidente – Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB Goiás; membro – Instituto Goiano de Direito Previdenciário – IGDP)

sábado, 30 de novembro de 2013

Deficiente visual é bronze na final do campeonato de Judô

Próxima competição do atleta será a Corrida Inclusiva, na cidade de Mogi Guaçu

Jornal Diário Regional
O jovem fernandopolense Gustavo Fontes Mafra esteve na cidade de Natal/RN, onde participou no ultimo sábado, dia 23, da final do Grand Prix de Judô para Cegos.

No campeonato, realizado no ginásio Federal de Natal, participaram deficientes visuais -total e parcial - vindos de diversas regiões do Brasil e de países como a Argentina, Uruguai e Romênia.

Mesmo sem patrocinadores e contanto apenas com a solidariedade e o carinho de alguns amigos, Gustavo foi a Natal com sua mãe Célia Fontes Mafra e sua treinadora Emiliana Pires.
Sempre muito confiante na sua atuação no tatame, o jovem mostrou garra, determinação e conquistou lugar no pódio como medalhista de bronze em sua categoria.

A classificação
Gustavo foi classificado entre os melhores do Brasil no mês de abril deste ano, na cidade de São Paulo, oportunidade em que participou da primeira etapa do campeonato, ficando entre os 10 primeiros colocados na categoria iniciante.

O atleta está filiado na Confederação Brasileira de Desportos para Cegos desde o ano de 2008 e em 2014 enfrentará mais dois campeonatos no Brasil e possivelmente irá ao México, no final do ano que vem.

“Gustavo não desiste, tem força, fé e perseverança, além do judô ele irá participar da Corrida Inclusiva na cidade de Mogi Guaçú, no próximo domingo, na etapa cinco quilômetros, junto com outros assistidos da ADVF (Associação dos Deficientes Visuais de Fernandópolis), sendo eles: Valdeci, Otamar, Cilso, Jaime, Ricardo e Diego, cada um terá seu guia para poder auxiliá-los no trajeto da corrida”, comentou Célia.

Para a Corrida Inclusiva, a Prefeitura Municipal de Fernandópolis cedeu o microônibus que vai fazer o transporte dos atletas e seus guias.

Deficiente auditivo faz time se adaptar e vira destaque do Vasco Patriotas

Thiago Costão chega à terceira equipe na grama, obriga defesa cruz-maltina a fazer mudanças e é apontado como arma para semifinal do Touchdown neste sábado

Por Leo VelascoRio de Janeiro

Thiago Costão, Vasco Patriotas futebol americano (Foto: Reprodução / Facebook)Thiago Costão é deficiente auditivo desde os três anos (Foto: Reprodução / Facebook)

Ter que se adaptar sempre foi uma necessidade, mas nunca um problema na vida de Thiago Martins da Costa. Deficiente auditivo desde os três anos, ele é linebacker do Vasco da Gama Patriotas e garante que sempre teve uma vida normal. Ele precisa apenas de alguns ajustes, como os que a defesa cruz-maltina foi obrigada a fazer, mas nada que impeça que ele seja um destaque do time que disputa a semifinal do Torneio Touchdown neste sábado, às 18h, contra o Jaraguá Breakers em Santa Catarina.

- Eu tive uma meningite meningocócica com três anos de idade. Perdi a audição dos dois lados na época. Consegui recuperar a direita, entre 60% e 70%, e a esquerda é zero. Nunca tive dificuldade em relação ao meu problema auditivo. Sempre batalhei pelo que eu quis. No meu dia a dia nunca foi problema para mim, sempre estudei em colégio normal, todo mundo sabia do meu problema e sabia que se falasse do meu lado esquerdo ou pelas costas eu poderia não entender. Mas nunca foi um empecilho para nada – contou o jogador.

Costão começou a jogar futebol americano na praia em 2004, aos 16 anos. Parou por um tempo para se dedicar ao futebol da bola redonda, passando por Nova Iguaçu, Botafogo e Bangu. Voltou a se dedicar à bola oval, defendendo o Piratas de Copacabana nas areias cariocas.

- Jogar no campo é um pouco mais complicado porque o capacete tampa um pouco a nossa audição e às vezes eu tenho dificuldade de entender. Mas meus companheiros de equipe sabem do meu problema, então eles sempre chegam perto de mim, falam de frente para mim, porque eu faço leitura labial, e aí facilita bastante.

Thiago Costão, Vasco Patriotas futebol americano (Foto: Jayson Braga/Divulgação TTD)

Thiago Costão, camisa 50, derruba jogador do Corinthians nas quartas de final (Foto: Jayson Braga/Divulgação TTD)

O começo no futebol americano de grama foi em 2010, defendendo o Fluminense Imperadores. Nos dois anos seguintes, atuou pelo Botafogo, chegando ao Vasco, seu terceiro time, nesta temporada. A cada nova equipe, ele precisava que seus companheiros também se adaptassem.
- Nesses times que passei, tive que me adaptar a cada um deles, porque cada um joga de uma forma diferente. Mas nunca tive muita dificuldade. Já aconteceu de ter má comunicação. Aqui principalmente, porque sou novo na equipe, a defesa é mais entrosada, e eu sou uma peça nova. Não pegamos bem a comunicação no início do campeonato. Com o tempo eles foram entendendo melhor, isso foi se ajustando, e hoje em dia a comunicação não falha tanto como no começo – explicou Thiago.

Apesar das dificuldades iniciais para adaptar a defesa do Vasco às necessidades de Costão, a chegada do linebacker é muito elogiada por Roldan Júnior, presidente da equipe e capitão defensivo do time cruz-maltino.

- O Costão é um cara muito conhecido já na praia, é um destaque há muito tempo. Ele somou muito à nossa defesa. A vinda dele foi especial para a gente. Foi a melhor contratação do Vasco nesse ano, junto com o (running back) Rômulo – declarou Roldan.

Dificuldade para contratar deficiente já faz empresas acionarem a Justiça

Tisa Moraes

Com dificuldades para conseguir contratar pessoas com deficiência, empresas de Bauru têm apelado à Justiça para não serem punidas. Neste ano, ao menos duas ingressaram com mandados de segurança para justificar o não cumprimento da cota exigida por lei.

Os dados são da subdelegacia do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Bauru, que abrange 55 municípios. Embora o número ainda seja baixo, revela uma tendência que pode se intensificar, dada a dificuldade generalizada que as organizações experimentam na hora de preencher as vagas de emprego que precisam ser disponibilizadas para deficientes.

Com o mandado, elas buscam se resguardar e evitar autuações, que podem custar caro: os valores variam entre R$ 1.329,00 a R$ 132.916,00, de acordo com a quantidade de vagas não preenchidas.

Somente neste ano, segundo o MTE, 35 empresas foram multadas na região, de um total de cerca de 200 fiscalizadas. Juntas, elas somaram 158 vagas de trabalho que deveriam ter sido destinadas – e não foram – a pessoas com deficiência.

Segundo o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Bauru, José Eduardo Rubo, a baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional são apontadas pelos empresários como os principais motivos que impedem as contratações.

Por outro lado, como as vagas oferecidas geralmente são para funções operacionais, os baixos salários acabam sendo pouco atrativos para profissionais habilitados.

“Muitos recebem benefício da Previdência e, se aceitarem o emprego, perdem esse direito. Se o salário não for maior, realmente não veem vantagem em ficar com a vaga”, detalha.

Consultor de recursos humanos em Bauru, Cleber Andriotti Castro destaca que os vencimentos de pessoas com deficiência estão, em média, entre um e dois salários mínimos. “E é muito difícil identificar alguma empresa em que deficientes exerçam cargos de liderança”, completa.

Espaço físico

Outro entrave é a necessidade de adaptações na estrutura física das empresas, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento destes profissionais. Dependendo da deficiência do trabalhador, o prédio precisa passar por ampla reforma de acessibilidade, como é o caso de cadeirantes.

“São necessárias rampas, banheiros com barras e assento adequado, portas mais largas e até elevadores, em alguns casos, o que custa caro. Por este motivo, eles estão entre os que mais encontram dificuldades para conseguir se inserir no mercado de trabalho”, aponta a coordenadora geral do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comude), Ariani Queiroz Sá. Ela avalia que os critérios para contratação, em muitos casos, são bastante rigorosos, mas Castro pondera que, para se enquadrar na lei, as organizações têm sido mais flexíveis.

Mas o consultor de recursos humanos também cita como obstáculo a ausência de treinamento específico para que este tipo de profissional se adapte rápida e plenamente dentro das empresas. “Falta um pouco de conscientização dos líderes e até de outros funcionários para que o deficiente possa se adaptar mais facilmente à rotina de trabalho”, observa.

Iniciativas

Exatamente para tentar atender à demanda das empresas, iniciativas para capacitar pessoas com deficiência para o trabalho são cada vez mais frequentes.

Uma delas é promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que oferece gratuitamente um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para surdos que queiram frequentar os cursos profissionalizantes da instituição.

O intérprete Marcos Luís Dias, 42 anos, trabalha há quatro anos no Senai e, neste período, já ajudou oito surdos a concluir os estudos técnicos.

“Eu acompanho estes surdos durante dois anos para interpretar o que é dito nas aulas, em cursos de qualquer área que seja de seu interesse. Eles são muito interessados e têm a mesma condição de aprendizado”, conta ele, que é intérprete de Libras há 12 anos.

Outros exemplos são do Centro de Reabilitação Sorri Bauru, que desenvolve um projeto de qualificação profissional voltado a deficientes físicos, e do governo do Estado, que, em parceria com a Anhanguera Educacional, está oferecendo um curso de curta duração para capacitar trabalhadores na área de vendas. Iniciativas individuais como a da auxiliar de biblioteca Diomara Dias, 42 anos, também tem sua importância.

Há um ano, ela criou uma página no Facebook para ajudar empresas interessadas em atender a cota estabelecida por lei e pessoas com deficiência em busca de trabalho. De maneira voluntária, ela busca anúncios de emprego em sites e jornais e publica no perfil, ao mesmo tempo em que aciona as empresas quando trabalhadores com deficiência procuram a página para recolocação no mercado de trabalho.

“Eu tenho fenda labiopalatina e nunca fiquei sem emprego. Mas tenho amigos que enfrentam dificuldades para conseguir trabalhar e foi por isso que resolvi fazer o perfil. Os resultados têm sido além da expectativa”, revela ela, que é técnica de enfermagem formada e já trabalhou em vários hospitais da cidade. “Há seis meses, estou na biblioteca em uma faculdade e gosto muito do que faço”, diz.

Mudança de visão

“A visão que a sociedade tem sobre a pessoa com deficiência e a visão que a família e a própria pessoa tem sobre si mesma está mudando”. A afirmação é da coordenadora geral do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comude), Ariani Queiroz Sá, que foi acometida por paralisia infantil e é cadeirante há oito anos, devido a uma cirurgia mal sucedida.

Para ela, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado no próximo dia 3 de dezembro, há muito a ser comemorado. Embora avalie que as dificuldades ainda existam, Ariani observa que as políticas públicas para inserção das pessoas com deficiência no ensino regular e no mercado de trabalho contribuíram, e muito, para que elas se sentissem parte da sociedade. “Antigamente, elas não saíam de casa, não se arriscavam, não se lançavam a desafios. O entendimento era de que aquela deficiência impunha obstáculos que não podiam ser transpostos”, pondera.

Diante do atual momento de transição, ela analisa que novos horizontes ainda estão para ser descortinados pelas próximas gerações.

Exigência legal abriu portas

Diante da exigência legal e da maior abertura das empresas para contratar pessoas com deficiência, é cada vez mais comum encontrar pessoas com este perfil no mercado de trabalho – ainda que faltem profissionais para completar todas as vagas disponíveis.

Um exemplo é a auxiliar administrativa Elisângela Cristina Poiato, 33 anos, que foi contratada há cerca de 20 dias para trabalhar no departamento pessoal de uma recuperadora de crédito da cidade.

Acometida por uma deficiência auditiva profunda, Elisângela usa um aparelho que lhe permite conversar e desempenhar suas funções normalmente dentro da empresa.

“Estou no mercado de trabalho há 16 anos e também vendo cosméticos para complementar a renda. Moro com minha mãe, mas consigo me sustentar sozinha. Tenho uma vida normal”, relata.

O novo emprego, aliás, inspirou Elisângela a voltar a estudar. A partir do ano que vem, ela pretende se matricular em uma faculdade para cursar recursos humanos.

A Lei de Cotas

A lei 8.213, de 24 de julho de 1991, conhecida como Lei de Cotas, define que todas as empresas privadas com mais de 100 funcionários devem preencher entre 2% e 5% de suas vagas com trabalhadores que tenham algum tipo de deficiência.

As empresas que possuem de 100 a 200 funcionários devem reservar, obrigatoriamente, 2% de suas vagas para trabalhadores com este perfil. As organizações que possuem entre 201 e 500 funcionários, 3%; as que têm entre 501 e 1.000 funcionários, 4%; e as empresas com mais de 1.001 funcionários, 5% das suas vagas.

Surdo e deficiente visual, jovem cria sistema online para a Biblioteca Nacional

O próximo passo de Jandir é ingressar no curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas

A intérprete Eurípia Inês auxiliou Jandir durante as aulas e ensinou a língua de sinais para toda a turmaDivulgação/ Núcleo de Divulgação e Marketing Institucional da ETB

O aluno portador de surdez profunda e deficiência visual grave, Jandir Alves Guimarães, 22 anos, concluiu o curso técnico em Informática na ETB (Escola Técnica de Brasília) com duração dois anos sendo assistido durante o período de estudo pela professora intérprete, Eurípia Inês da Fonseca. No fim do curso, ele criou um sistema online de consulta para Biblioteca Nacional em parceria com três amigos.

Os colegas de classe também aprenderam a língua de sinais. Eurípia conta que a cada dia ensinava um pouco de sinais para a turma do Jandir. Hoje a turma que o acompanha desde o primeiro semestre conversa sobre tudo com ele, inclusive nas atividades fora da escola.

Jandir chegou a criar um dicionário de sinais com termos técnicos de informática para usar durante as aulas. A intérprete explica que Jandir tem complicações na visão, não possui visão periférica e tem dificuldades em enxergar a noite.

Além da professora responsável por traduzir as aulas em Libras, o aluno contou com aulas de reforço em horário contrário ao das aulas junto à professora técnica Marlete Maria. 

Natural de Rondônia, Jandir mora com a avó em Águas Claras e se esforça nas aulas do curso. Eurípia explica que ele passava por dois processos, um era o entendimento da língua portuguesa ou inglesa – por causa dos termos técnicos em informática – em língua de sinais e depois o entendimento do conteúdo em si. O aluno é constantemente lembrado pelos professores e colegas de classe pela dedicação e seriedade com o curso.  

Projeto

Como requisito para obtenção do título de técnico em Informática, o aluno, juntamente com outros três colegas de classe criaram um sistema online de consulta, devolução e reserva de livros para a Biblioteca Nacional de Brasília, utilizando a linguagem Java.  

O sistema online foi projetado para ser usado de forma simples, sem grandes obstáculos. O aluno Lukas Oliveira, 19 anos, também participoiu do projeto conta que a participação de Jandir foi essencial para execução do projeto.  

— A parte de modelagem de dados e da interface foi pesquisada e formulada pelo Jandir, e ele levou em consideração justamente a simplicidade na hora de acessar o sistema. Eu e os demais componentes do grupo dividimos as outras tarefas para funcionar o programa. 

Assim como Jandir, Lucas também quer ingressar em uma faculdade que ofereça o curso de Análise de Desenvolvimento de Sistemas e prestar concurso público. Ele pretende seguir carreira na área da Ciência da Computação. 

O projeto final do grupo de Jandir sobre o sistema online para a Biblioteca Nacional foi apresentado no dia 19 de novembro, às 9h, no auditório da ETB, localizado na QS 07 lote 02/08 Avenida Águas Claras.

Viatura da EPTC é flagrada em vaga de deficiente

 

Empresa de trânsito diz que repudia o fato e abrirá processo administrativo para punir funcionário

Viatura da EPTC é flagrada em vaga de deficiente  Fabio Belloli/Arquivo pessoal

Internauta flagrou viatura de uso administrativo da EPTC em local indevidoFoto: Fabio Belloli / Arquivo pessoal

Um usuário da rede social Twitter publicou, na manhã desta quinta-feira, a foto de uma viatura da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estacionada sobre vaga de deficiente, no pátio da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre.

O post foi respondido pela EPTC, justificando que a direção da empresa repudia a atitude mostrada na imagem e que a viatura em questão não era de fiscalização de trânsito, e sim para serviços administrativos. A direção informou ainda que foi aberto um processo de penalização ao funcionário que estacionou em vaga para deficiente.

Deficiente visual é proibido de ficar em loja junto de cão-guia

Gabriel e Júlia: parceiros há pouco mais de um ano

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Deficiente visual desde o nascimento, o analista de sistemas Gabriel Vicalvi, de 28 anos, passou por apuros no último dia 20. Em uma loja de um shopping em São Caetano do Sul foi proibido de ficar no estabelecimento por estar com seu cão-guia, a golden retriever Júlia, de 4 anos. Entenda o ocorrido:

O que aconteceu?

Entrei em loja de artigos importados no ParkShopping São Caetano para comprar um presente para minha namorada. Minha prima de 11 anos foi comigo, enquanto minha namorada e meus tios esperavam no corredor. Fiquei aguardando que alguém me atendesse, mas não obtive resposta.

Pouco depois, um funcionário me abordou dizendo que eu não poderia entrar lá com meu cachorro. Expliquei que estava dentro da lei: os cães-guias podem circular por qualquer espaço público. Ele continuou sendo arrogante. Fiquei constrangido. Disse que se ele quisesse que eu saísse, teria que chamar a polícia. O rapaz me deixou lá sozinho, dei uma volta na loja para mostrar como a Júlia é tranquila e fui embora.

Gabriel em frente à loja onde teve problemas: repercussão na internet

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O que fez em seguida?

Pensei em ir na delegacia, mas como era feriado preferi evitar essa dor de cabeça. Publiquei a história no Facebook e milhares de pessoas compartilharam. A empresa escreveu um comunicado pedindo desculpas.

Isso já ocorreu antes?

Sim, mas em todas as vezes eu expliquei sobre a lei e a pessoa acabou compreendendo. Muita gente não sabe e acha que se trata de um cachorro comum.

Há quanto tempo está com a Júlia?

Há pouco mais de um ano. Ela me acompanha o dia inteiro, dentro de ônibus e metrô, quando vou para o trabalho e para a faculdade à noite. Andei mais de vinte anos com a bengala. Quando ela entrou em minha vida, precisei me entregar totalmente. É preciso ter plena confiança na condução dela.

Momento do chamego: Júlia tem uma página do Facebook com mais 2000 seguidores

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Por que criar uma página do Facebook para ela?

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Só há oitenta cães-guia no Brasil. Sinto-me privilegiado em ser uma das pessoas beneficiadas. O site é um modo de divulgar o trabalho dela e fazer com que as pessoas apoiem mais a causa. Ela faz bastante sucesso, tem mais de 2000 seguidores.

O que a Júlia gosta de fazer?

Ela não pode brincar com bolinha, pois há muita gente jogando bola na rua e isso pode distraí-la. Mas ela ama morder garrafas pet e ir na piscina.

Amiga de todas as horas: a cadela o acompanha no trabalho e na faculdade (Fotos:

Facebook Gabriel Vicalvi)

 

4ª Virada Inclusiva - Participação Plena!!!

4ª Virada Inclusiva - Participação Plena!!!

Site: http://viradainclusiva.sedpcd.sp.gov.br/

"Quebrem Barreiras, Abram Portas: Por uma Sociedade Inclusiva para Todos". Este é o tema instituído pela ONU para 2013. A recomendação é Organizar, Incluir e Celebrar. E nós atendemos a esta recomendação há 4 anos com grande satisfação!

Nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro acontece a 4ª edição da "Virada Inclusiva - Participação Plena", em comemoração ao dia 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. O evento é coordenado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e organizado por parceiros entre órgãos públicos e instituições da sociedade civil.

A Virada Inclusiva promove atividades nas ruas, praças, parques, museus e teatros de todo o Estado e convidam pessoas com e sem deficiência a participarem juntas de todas as atrações. A programação é inclusiva, acessível e gratuita, e conta com atividades culturais, esportivas e de lazer.

A abertura do evento acontece no dia 30 de novembro, às 10h, na Praça Oswaldo Cruz, na capital paulista, com a já tradicional passeata até o Masp.

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Virada Inclusiva tem atividades em mais de 50 municípios de São Paulo

Terceira edição da Virada Inclusiva contou com atividades ao ar livre (Pedro Passos / CC)

São Paulo – A 4ª edição da Virada Inclusiva do estado de São Paulo oferece a partir de hoje (30) cerca de 800 atividades em mais de 50 municípios paulistas. As atrações – de cultura, esporte e lazer – terão acessibilidade física e de comunicação para que todas as pessoas possam participar em igualdade de condições. O evento, que ocorre até terça-feira (3), é realizado para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 3.

Na capital paulista, um dos destaques é a Casa Sensorial, inspirada no presépio napolitano de São Paulo: uma instalação de uma casa napolitana na qual os participantes, ao entrar, terão estimulados os diferentes sentidos. Funcionará no Museu de Arte Sacra de São Paulo, das 10h às 16h de hoje e de amanhã, domingo. No Sesc Belenzinho haverá partidas de Golbol a partir das 11h de hoje, jogo praticado por atletas com deficiência visual, no qual o objetivo é arremessar a bola com as mãos e marcar o gol no adversário.

No Sesc Campinas haverá o Festival Inclusivo de Xadrez, uma parceria com a Federação Paulista de Desportos para Cegos. Serão realizados jogos a partir das 9h30 de hoje, na Rua Dom José I, 270, no Bonfim. No Sesc Rio Preto, ocorrerão partidas de basquete inclusivas, a partir das 19h do dia 3, na Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1.333, na Chácara Municipal.

A Virada Inclusiva é organizada em conjunto por órgãos públicos e instituições da sociedade civil, sob a coordenação da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com a participação voluntária de pessoas e grupos do mundo artístico e esportivo. A programação completa pode ser conferida em http://viradainclusiva.sedpcd.sp.gov.br/

terça-feira, 26 de novembro de 2013

MP entra com ação pedindo vaga para deficiente em concurso da PM-PI

 

Concurso não prevê reserva de vagas nos cargos de oficial e soldado.
Promotora quer reabertura do prazo de inscrição no concurso.

Do G1 PI

A 28ª Promotoria de Justiça de Teresina ingressou com ação civil pública solicitando a retificação do concurso da Polícia Militar do Piauí para o direito de pessoas com deficiência nesta terça-feira (19). Segundo a Vara que é responsável pela defesa dos direitos da pessoa com deficiência e do idoso, o edital do concurso público para a PM no estado não prevê reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cargos de oficial e soldado.

Em outubro, o Ministério Público havia expedido uma recomendação solicitando mudanças no edital com a retirada do item 1.8 por considerá-lo ilegal e inconstitucional, além do pedido de reserva de 10% das vagas para cargos de oficial e soldado. Contudo, os pedidos não foram atendidos pelo comando da PM e pelo Núcleo de Concursos Promoção de Evento (NUCEPE) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), responsável pela realização do processo seletivo.

De acordo com os órgãos, o item 1.8 do edital determina que eliminação sumária do candidato com deficiência, o que configura discriminação. “Conforme preceitua o art. 38 do Decreto nº 3298/99, de 20.12.1999, inciso II, não será reservado o percentual de vagas a pessoas com deficiência, visto que este concurso público destina-se à carreira que exige plena aptidão do candidato”, determina o edital.

A ação civil pública da 28ª Promotoria de Justiça determina que prova física e o curso de formação devem ser adaptados para o candidato com deficiência. Estabelecendo ainda que se for necessário, haja a presença de uma equipe multidisciplinar composta por médico especialista, educador físico e terapeuta ocupacional.

Para a promotora Marlúcia Evaristo o prazo para inscrição no concurso deve ser reaberto com o mesmo número de dias ao do primeiro edital, para viabilizar as inscrições dos candidatos de forma gratuita.

“Tem suporte no direito social a não discriminação no emprego, no tocante a salários e critérios de admissão do trabalhador com deficiência, assim como a garantia de reserva de vagas em cargos e empregos públicos”, afirma.

'Sensação maravilhosa', diz deficiente visual após voo de parapente no RS

Três pessoas com problemas de visão saltaram de parapente na Serra.
Aventura emocionou os participantes de associação de deficientes visuais.

Após a iniciativa de uma professora, três deficientes visuais tiveram a chance de saltar de parapente de uma altura de mais de 700 metros do Ninho das Águas, em Nova Petrópolis, na Serra do Rio Grande do Sul. As explicações e orientações, que são essenciais para qualquer novato no parapente, foram ainda mais importantes para esses alunos, como mostrou a reportagem do Teledomingo, da RBS TV (veja o vídeo).

A aventura emocionou os participantes da Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais, que oferece reabilitação para cerca de duzentas pessoas em Caxias do Sul. “A sensação é maravilhosa de se sentir um pássaro. Não dá nem tempo de pensar as coisas, só sentir. Tinha mesmo que sentir o prazer de voar. Muito legal sentir o vento batendo no rosto”, diz Lauri aplaudindo o passeio.

Tudo começou quando a professora Quelen Biondo, que dá aulas de educação física na instituição escreveu para a escola de parapente perguntando o preço de um salto para os alunos. A resposta foi um presente: três voos de graça para sortear entre eles.

Quelen está acostumada a incentivar pessoas que precisam superar limites todos os dias. “Eu vim aqui em um dia normal fazer um passeio . Aí me deu aquela ideia: tentar fazer um voo para deficiente visual. Eu fiquei imaginando como seria a sensação deles, fiquei com esta curiosidade”, contou.

Um dos ganhadores foi a aposentada Angeliz dos Reis. “Depois que eu fiquei com problemas nos olhos, eu comecei a fazer coisas que eu jamais imaginei fazer na vida. Tudo o que eu faço é um desafio para os meus filhos. Eles sempre acham que eu não posso. Mas eu posso, posso fazer o que eu quero”, contou a aposentada chorando.

O equipamento completo foi revisado várias vezes antes da decolagem. Os cuidados são obrigatórios e trazem segurança para quem pratica o esporte. “Meus filhos lá em casa me chamaram de louca, meus irmãos disseram que era perigoso, que iria cair”, se diverte Juscelei Aparecida Pereira, que completa o trio de aventureiros.

“É muito legal, parece que está parado. Dá um friozinho na barriga”, completa Angeliz.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Saiba como evitar afogamento infantil, a 2ª maior causa de morte de crianças

 

O verão está chegando e nada como uma piscina ou praia para se refrescar. Só que os adultos não podem descuidar nem por um segundo dos pequenos nesses momentos de lazer. O afogamento infantil é a segunda maior causa de morte de crianças de 1 a 14 anos, segundo a ONG Criança Segura  _a primeira é o trânsito.

“A principal dica de prevenção é a supervisão por parte do adulto de forma constante e atenta em todo lugar com água”, diz Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da ONG Criança Segura.

Engana-se quem pensa que o risco de afogamento existe apenas em piscina, praia, rio ou represa. Lia diz que crianças pequenas podem se afogar em baldes, bacias, banheiras e até mesmo no vaso sanitário.

“Bastam três dedos de água para uma criança pequena se afogar”, diz Lia. Entende-se por pequena as crianças de até 4 anos.

Segundo ela, as características físicas de crianças deixas faixa etária contribuem para afogamentos domésticos em lugares como balde ou banheira com água. “A cabeça é a parte mais pesada do corpo e elas ainda não têm muita habilidade motora para levantar com rapidez e sair dessa situação de perigo.

Mas as crianças maiores também devem ficar sob supervisão de um adulto enquanto estiverem na água _a ONG recomenda essa atenção até os 14 anos.

Lia diz que os mais velhos podem se submeter a situações de risco por terem a falsa ideia de independência, até mesmo aqueles que sabem nadar ou estão aprendendo. “Não é recomendável que a criança ou jovem fique sozinho na água. É preciso orientá-lo e alertá-lo sobre o risco de certas brincadeiras, pois ainda não tem noção do perigo.”

Levantamento da Criança Segura com base em números do SUS mostra que 103 crianças foram hospitalizadas por afogamento de janeiro a agosto de 2013. Desse total, quase metade (48) tinha de 1 a 4 anos. Por tipo, a maior ocorreu dentro de piscinas.

Apesar da maior parte das hospitalizações decorrerem de afogamento em piscinas, acidentes em águas naturais lideram os motivos de óbitos: 424 dos 1.115 casos registrados em 2011 _dados mais recentes.

Prevenção

Para evitar afogamento dentro de casa, Lia recomenda que crianças de até 4 anos não tenham acesso a baldes, bacias, banheiras, tanques ou vasos sanitários. Em relação a esse último caso, a orientação é que a porta do banheiro esteja sempre fechada e que o vaso sanitário tenha uma trava de fechamento _equipamento disponível em lojas de artigos infantis.

Para quem tem piscina em casa, a recomendação é que ela seja fechada, ou seja, não deve ter livre acesso para crianças.

Outra dica é matricular as crianças em escolas de natação. “É importante que a criança aprenda a nadar a partir de 4 anos. Alguns pediatras indicam que esse aprendizado comece até mais cedo”, afirma Lia.

Segundo ela, o único equipamento considerado preventivo são os coletes salva-vidas. As boias de braço ou de sentar não entram nessa categoria. “Esses outros são para diversão, mas não previnem afogamentos.”

Em relação à prevenção na praia, ela diz que o melhor é conhecer o local onde você está. “E nunca, de jeito nenhum, deixar a criança sem supervisão.”

Minha companheira de Maternar, a jornalista Giovanna Balogh, escreveu em 2011 sobre cursos de natação para crianças.

 

Pai participa de aula de natação com o pai em academia da Aclimação, em SP

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Policiais do Senado barram entrada de deficientes convidados para cantar

A Polícia do Senado impediu nesta terça-feira que 28 jovens com deficiências físicas e mentais entrassem nas dependências da Casa para participar de uma audiência pública onde fariam uma apresentação musical, como convidados.

Os policiais fecharam duas entradas do Senado com o argumento de que havia a possibilidade de invasão por representantes de movimentos sociais, como quilombolas. Os jovens chegaram a uma dessas entradas no momento em que estavam fechadas e, mesmo após apelos de professores e responsáveis, os policiais não autorizaram o acesso.

O grupo ficou do lado de fora do Senado, na chuva, enquanto assessores do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) tentavam negociar a entrada. O tucano foi autor do convite para que o coral formado pelos jovens deficientes se apresentasse na Comissão de Educação, que discutia uma das metas do PNE (Plano Nacional de Educação).

"Eu arrumei o ônibus para trazer os meninos, o nome de todos eles estavam na portaria do Senado numa lista. Como um cidadão é capaz de deixá-los na chuva? Alguns voltaram chorando porque foram impedidos de se apresentar", protestou Miranda.

Responsável pela ida do grupo ao Senado, a professora Sidnéia Veloso confirmou que os policiais impediram a entrada dos jovens --inclusive no momento em que uma aluna pediu para usar um dos banheiros da instituição.

"Todos ficaram sem lanche, sem banheiro e sem água. Ficamos uma hora esperando até as coisas se resolverem, mas nada se resolveu. Aí decidimos ir embora. Havia sete jovens cadeirantes no grupo. Todos voltaram chateados e muito tristes. Um deles disse que nunca vai esquecer essa situação", disse a professora.

Depois dos apelos de assessora de Miranda, a Polícia do Senado sugeriu que os jovens entrassem pela garagem --mas teriam que passar por uma longa escada, o que não foi possível por sete deles serem cadeirantes.

"Deram a alternativa de que viessem pela garagem. Ora, são cadeirantes, pessoas sem mobilidade nenhuma, naquela rampa. Por mais que se dialogasse, por mais que se tivesse o requerimento com o nome de todos eles na portaria, por mais que o Senado tivesse cedido um ônibus para trazer essas crianças, elas foram frustradas", disse Cyro Miranda.

Os jovens integram o coral do Centro de Ensino Especial de Taguatinga, cidade-satélite de Brasília que fica a cerca de 20 quilômetros do Senado.

SINDICÂNCIA

No plenário do Senado, Miranda cobrou explicações do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a ação dos policiais. O senador disse que, se até esta quarta não receber informações a respeito do ocorrido, vai pedir abertura de sindicância e o afastamento do diretor-geral da Polícia do Senado, Pedro Araújo.

"É uma pessoa despreparada. O Senado está sendo mau exemplo. Eu não vou aceitar que as coisas fiquem como estão. Houve falta de bom senso. Esta é a Casa do povo, e nos sentimos, hoje, tremendamente ofendidos, inclusive pelo tipo de truculência e com quem foi feito", afirmou.

Renan disse que o Senado "não coonesta com esses equívocos" e prometeu encaminhar "providências" para reparar o ocorrido.

A Folha procurou Araújo para falar sobre a ação da Polícia do Senado, mas ele não atendeu as ligações. O Senado também não se manifestou oficialmente sobre a atuação dos policiais.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

USP Bauru seleciona pessoas com Síndrome de Down para tratamento

16/10/2013 15h40 - Atualizado em 16/10/2013 15h59

Objetivo é avaliar e tratar doenças na gengiva de pacientes.
Interessados em participar devem ter mais de 15 anos.

O ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Lúcio Surubim também trabalha como dentista. (Foto: Luna Markman / G1)Objetivo é avaliar e tratar doenças na gengiva de
pacientes (Foto: Luna Markman / G1)

Com o objetivo de avaliar e tratar as doenças na gengiva de pacientes com Síndrome de Down, um pesquisador da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOB-USP) está selecionando pacientes com este perfil, em Bauru (SP).

Para que seja atendido, o paciente deve ter diagnóstico de Síndrome de Down e idade superior a 15 anos.

Será realizado o tratamento de limpeza e raspagem (cárie, cálculos, “cacos” de dentes), para que em seguida o paciente possa entrar em um programa de manutenção periodontal.

A pesquisa está sob a orientação da professora Carla Andreotti Damante, da disciplina de periodontia da FOB e colaboração da dentista Vivian Biella Passos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 3235 8278 ou 3235 8366.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2013/10/usp-bauru-seleciona-pessoas-com-sindrome-de-down-para-tratamento.html

Miss Brasil em visita a alunos com síndrome de Down no RS

'Incrível', diz Miss Brasil em visita a alunos com síndrome de Down no RS

Jakelyne de Oliveira interagiu com alunos e até improvisou um desfile.
Natural do MT, ela se prepara para Miss Universo em Porto Alegre.

Miss Brasil visita Apae em Porto Alegre    (Foto: Tatiana Lopes/G1)

Miss Brasil visita crianças na Apae em Porto Alegre (Foto: Tatiana Lopes/G1)

Enquanto se prepara para o Miss Universo no Rio Grande do Sul, Jakelyne de Oliveira aproveitou para se aproximar da causa social que a motiva. Na manhã desta quarta-feira (16), a Miss Brasil 2013 visitou crianças em uma das unidades da Apae em Porto Alegre. A irmã da mato-grossense nasceu com síndrome de Down e serve de inspiração diária para a bela de 20 anos.

Miss distribuiu pirulitos para as crianças (Foto: Tatiana Lopes/G1)

Miss distribuiu pirulitos para as crianças
(Foto: Tatiana Lopes/G1)

A Apae tem duas unidades em Porto Alegre. A do bairro Glória, que a miss visitou, e a do bairro Vila Nova. As duas ficam na Zona Sul da cidade, e recebem alunos com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais. Entre as duas escolas, segundo o presidente Unirio Bernardi, estudam cerca de 400 crianças e jovens.

“Foi incrível, deu para matar a saudade de casa. Me sinto gratificada em ver essas crianças. Fiquei muito empolgada quando soube que viria aqui e quis vir o quanto antes. Recarreguei as energias”, afirmou ao G1, durante a visita.

Jakelyne está em Porto Alegre sob os cuidados do preparador de misses Evandro Hazzy, especialista em treinar as beldades para o concurso internacional.

Natural de Rondonópolis , município localizado a 218 km de Cuiabá, Jakeline conquistou o título nacional no dia 28 de setembro, em Belo Horizonte. Desde a data, a correria não para. Mesmo assim, a miss fez questão de levar carinho e pirulitos para os alunos.

Logo que chegou à instituição, Jakelyne foi recepcionada por professores, funcionários, pais e alunos. Todos queriam uma foto ou uma breve troca de palavras. A sala onde as crianças a esperavam estava lotada. Um breve discurso e até um desfile improvisado (veja o vídeo) arrancaram aplausos da plateia.

"Estou muito feliz por estar aqui hoje. É um momento especial. Tenho uma irmã com síndrome de Down. No meu ponto de vista nós também somos especiais por ter esses anjos nas nossas vidas. Sou grata por Deus por essa oportunidade”, declarou.

Logo depois, convocou as crianças. “Vamos comer pirulito”. Imediatamente, os alunos cercaram a miss, que entregou doces um a um.

É a primeira vez que Jakelyne visita Porto Alegre. "Os gaúchos são muito receptivos, amigáveis, comunicativos. O Brasil todo é assim”, afirmou. E é no estado, em Gramado, que a miss deseja passar o Natal em família.

Até algumas expressões regionais ela se arriscou a pronunciar. “Mas bah, guria! Adorei conhecer vocês!”, disse às funcionárias da Apae. E o chimarrão, tradicional bebida gaúcha, já faz parte de sua vida. “Meus sogros tomam. Já queimei a língua algumas vezes, mas gosto”, contou. Os sogros dela também são mato-grossenses, mas apreciadores de um bom chimarrão.

João Pedro deu uma flor para a miss (Foto: Ttaiana Lopes/G1)

João Pedro deu uma flor para a miss durante a visita
(Foto: Tatiana Lopes/G1)

A receptividade do povo, citada por Jakelyne, foi sentida na Apae. Lá, ela fez uma promessa. “Prometi que se eu ganhar o Miss Universo, vou voltar”, contou. Da escola ela ganhou chocolates, feitos na própria instituição. “Vou engordar!”, exclamou na hora. Mas, depois, disse que vai comer as delícias.

Além dos chocolates, a miss ganhou outro presente. Do aluno João Pedro Garcia, de 16 anos, com Down, ela recebeu uma flor. “Ela é linda! Muito legal, gostei”, disse o jovem sobre a miss. A flor foi parar na coroa, e depois na orelha de Jakelyne. O que deixou João cheio de sorrisos. “Arrumei um enfeite para minha coroa”, mostrou a todos a miss.

Jakelyne segue em Porto Alegre até sexta-feira (18), quando inicia a viagem para a Rússia. Primeiro ela irá a São Paulo, depois a Moscou, para a disputa do Miss Universo em novembro.

Alunos da Apae se dividiram em grupos para fotografar com a miss (Foto: Tatiana Lopes/G1)

Alunos da Apae se dividiram em grupos para fotografar com a miss (Foto: Tatiana Lopes/G1)

Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/10/incrivel-diz-miss-brasil-em-visita-alunos-com-sindrome-de-down-no-rs.html

Meu bebê chegou!

Cartilha “Três Vivas para o Bebê!”

Seu bebê nasceu com síndrome de Down? O Movimento Down preparou com muito carinho a cartilha “Três Vivas para o Bebê!”, escrita por mães e pais que, como você, têm filhos com síndrome de Down. Nesta publicação, você encontra o relato sobre o que eles sentiram, além de informações que gostariam de ter ouvido quando o bebê nasceu. Faz parte do livreto a caderneta de vacinação especial e as curvas de crescimento para crianças com síndrome de Down.

“Seu filho é igual a qualquer outro bebê da maternidade, apenas levará um pouquinho mais de tempo para aprender as coisas, mas com todo o seu amor, carinho e estímulo ele certamente será capaz de fazer tudo nessa vida”.

- Clique aqui para fazer o download da cartilha

- Clique aqui para ver o conteúdo da cartilha no formato de texto.

- Clique aqui para fazer o download da caderneta de saúde da criança

Também gostaríamos de sugerir outras informações que podem ser bastante úteis para seu bebê e toda a sua família.

Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down

As Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down foram publicadas pelo Ministério da Saúde em 2012. O documento é uma importante conquista e orienta pais e profissionais sobre os principais cuidados de saúde relacionados às pessoas com síndrome de Down. Clique aqui para fazer o download da publicação. O Movimento Down participou da elaboração das Diretrizes e também produziu com o apoio de pessoas com síndrome de Down uma versão em comunicação fácil das Diretrizes chamada Cuidados de Saúde às Pessoas com Síndrome de Down. Clique aqui para fazer o download da cartilha.

Guia de Estimulação para Crianças com Síndrome de Down
A estimulação precoce é fundamental para auxiliar o desenvolvimento dos bebês com síndrome de Down. O Guia de Estimulação para Crianças com Síndrome de Down foi desenvolvido em parceria com especialistas para ajudar os pais a colaborarem para o desenvolvimento de seus filhos com exercícios simples que podem ser feitos em casa já nos primeiros dias de vida.
Veja aqui os exercícios para as etapas da vida do bebê entre 0 e 12 meses.

Redes de Atendimento
Muitos pais têm dificuldade em encontrar locais de atendimento para seus filhos. Na seção
Redes de Atendimento, você encontra contatos de especialistas e instituições que prestam diversos tipos de atendimento a pessoas com síndrome de Down no Brasil. Encontrou um especialista ou local de atendimento e quer indicar? Entre em contato conosco e ajude a tornar nossa base de dados cada vez mais completa.

Direitos
As pessoas com deficiência têm uma série de direitos garantidos por lei. Eles incluem direito a preferência de atendimento em hospitais públicos e a benefícios sociais, entre outros. Consulte a legislação
neste link.

Grupo de Acolhimento
Se você é do Rio de Janeiro, tem um filho recém-nascido com síndrome de Down e gostaria de receber a visita ou outro tipo de contato de outras famílias que vivem esta experiência, entre em contato conosco por meio do e-mail contato@movimentodown.org.br. Se você está em outras localidades, procure a
Federação Brasileira de Associações de síndrome de Down (FBASD) ou procure instituições cadastradas em nossas Redes de Atendimento. No nosso portal, também disponibilizamos os contatos de grupos virtuais de apoio de todo o país. Veja aqui a lista completa dos grupos de discussão sobre síndrome de Down na internet.

- See more at: http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/meubebechegou/#sthash.iDSdU2xt.dpuf

Cartilha ajuda pais em brincadeiras adaptadas para filhos com síndrome de Down

Yasmin Alves e Manuella Silva brincam no parque (Adriana Franzin/EBC)

Rio de Janeiro – A organização não governamental Movimento Down, em parceria com os Correios, lançou na manhã de hoje (27) uma série de cartilhas para auxiliar pais e profissionais em brincadeiras e jogos adaptados para crianças com síndrome de Down. O material, chamado TO Brincando, tem propostas pedagógicas para facilitar o aprendizado de conceitos relacionados à comunicação, ao raciocínio lógico e à percepção corporal. A coleção foi elaborada junto com o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será disponibilizada para download gratuito no portal da organização.

“O projeto nasce de uma necessidade de formação e informação de pessoas que trabalham com crianças com síndrome de Down. A gente vem trabalhando e desenvolvendo jogos comerciais a partir desse olhar. Então, a gente pensa nesse jogo como um que tenha mais acessibilidade física, visual e comunicativa”, disse a coordenadora do projeto TO Brincando, Miryam Pires.

Para Miryam Pires, o principal obstáculo enfrentado pelos pais é a falta de conhecimento sobre como educar o filho. “Fazemos workshop para famílias, para profissionais. A gente traz crianças para o atendimento aqui no IPPMG [Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira]. Temos mais ou menos 50 crianças em trabalho aqui”.

A coordenadora do Movimento Down, Débora Mascarenhas, informou que o atendimento às famílias é feito pela internet. “Por via do contato do portal, a gente tem em torno de 3 mil famílias acolhidas em um ano e meio. Temos 45 mil seguidores no Facebook. Então, de forma direta, ou indireta, esse conteúdo chega no Brasil e fora dele. Tem 25 países, além do Brasil, que acessam o portal do movimento”, disse, acrescentando que a organização foi criada em 21 de março de 2012, quando o Brasil comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Síndrome de Down.

O ator Breno Viola, que tem a síndrome, destacou a importância do projeto. “É muito bom estar contribuindo juntos com o TO Brincando. Os materiais são adaptados para pessoas com deficiência”, disse o ator, que participou do filme Colegas, que conta as aventuras de três jovens com síndrome de Down.

Edição: Carolina Pimentel

Como ler para bebês cegos?

Alessandra Roscoe usa perfume para falar das flores durante a leitura sensorial (Adriana Franzin/EBC)

É pequena a oferta de livros impressos em braile ou com áudio. Além disso, a alfabetização no método é mais complexa e lenta que no modo convencional.  Mas não é preciso saber ler nem ter livros adaptados para se tornar um leitor. Crianças muito pequenas são capazes de ler histórias de outras maneiras e com outros sentidos, no caso das que não enxergam. Acreditando nessa potencialidade, a escritora Alessandra Roscoe promove leituras para bebês cegos ou com deficiências visuais severas.

Ela usa vários artifícios sonoros, como instrumentos musicais, caixinhas de música, chocalhos e outros instrumentos criados para imitar barulho de chuva, de sininhos; cria ambientes envolventes, espalhando perfume quando fala de flores, por exemplo; oferece objetos para serem manipulados com diferentes texturas e cores, tudo para atrair a atenção dos pequenos. Nas oficinas, esses acessórios saem de dentro de um livro gigante e bem colorido (que também impressiona o olhar de quem tem a visão reduzida).

A textura é um elemento muito importante na leitura sensorial (Adriana Franzin/EBC)

Além de fazer a leitura com as crianças, a autora de mais de vinte livros infantis, também orienta os pais/mães e professores a estimular o hábito entre as crianças. Segundo ela, as dicas servem tanto para crianças com deficiência quanto para as que não têm:

- atentar para os cinco sentidos: a leitura pode ser uma experiência sensorial quando se experimenta usar sons, objetos para serem tocados, aromas e sabores de dentro do livro;
- permitir que a criança “entre” na história: para isso, é preciso tirar os elementos do livro, fazendo com que ela sinta que faz parte daquele mundo imaginário;
- respeitar o tempo da criança: os bebês têm um tempo de concentração, de atenção, reduzido e não adianta forçar. A leitura tem que ser prazerosa para ambas as partes;
- criar um ambiente propício para a história: um lugar calmo, uma música de fundo, de preferência sentados no chão, sob um tapete e de bom humor;
- sempre ter um livro na mão: porque assim a criança associa aquele momento gostoso, de afeto, de atenção, de carinho dos pais ao prazer que o livro traz.

De acordo com Alessandra, também é muito importante que o adulto conheça a história e leia o livro antes: “Quem está lendo, tem que se apropriar da história porque esse sentimento de intimidade com a história é percebido pela criança”. Ela adiciona que não faz diferença se a leitura é feita à risca ou se há improvisações. “O importante é fazer com que a criança sinta que toda aquela magia está saindo das páginas do livro”, afirma.

Para “tirar” os personagens do livro, a dica é usar o que se tem em casa: “Eu sei que ninguém tem um livro gigante desses em casa. Mas você pode escolher um personagem de um livro e pegar uma meia colorida, por exemplo, para representá-lo. Esse simples recurso faz com que as crianças interajam com a história”.

Há livros que já trazem recursos impressionantes, como pop-ups ou texturas (Adriana Franzin/EBC)

A mãe do Miguel, de 1 ano e 2 meses, Mariana Pagotto, participou de uma oficina oferecida por Alessandra Roscoe no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais do Distrito Federal. A experiência a incentivou: “Lá em casa, a gente lê bastante, mas é mais uma brincadeira. Ele nunca tinha prestado atenção em uma história como fez aqui. Agora, eu fiquei com vontade de fazer um livrão desses lá em casa”.

As oficinas e as leituras fazem parte do projeto Festival de Leitura Itinerante do Uniduniler – Todas as Letras, coordenado por Alessandra Roscoe. O evento, que já teve duas edições no DF leva a leitura, com escritores conhecidos e de vários lugares do país, para creches, escolas, asilos, lugares públicos e da periferia de Brasília, tudo de graça, com o objetivo único de promover o hábito da leitura.

Fonte: http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2013/10/como-ler-para-bebes-cegos

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