quinta-feira, 30 de junho de 2011

TDAH - DESATENÇÃO

Taz, o demonio da Tasmania, é considerado um dos personagens dos desenhos animados com TDAH.

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH – é um transtorno caracterizado por sintomas de desatenção (pessoa muito distraída com dificuldades em manter o foco da atenção) e hiperatividade (pessoa muito ativa, inquieta e agitada, bem além do comum). Embora essas características sejam normalmente encontradas em pessoas sem o transtorno, para acontecer o diagnóstico de TDAH a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normal tanto da pessoa que apresenta os sintomas, como das pessoas com quem ela convive.

Várias terapias oferecem tratamento para o TDAH e todas elas compartilham alguns objetivos, a exemplo de melhorar a qualidade de vida do cliente, obter mais satisfação com relacionamentos, com o trabalho e consigo mesmo. Contudo, há divergências grandes quanto ao que deve ser feito para alcançar estes objetivos.

As pessoas com TDAH perdem facilmente o foco da atenção, por isso costumam dizer que elas vivem no mundo-da-lua!

A Psicoterapia Comportamental é um tipo de terapia, que se diferencia das formas tradicionais que comumente se propõem a tratar do TDAH. Nela não há divã e o cliente não se deita e fala livremente sobre seus pensamentos, sentimentos, assim como o terapeuta não permanece numa posição passiva e silenciosa. A terapia comportamental parte do princípio que as queixas do cliente - que geram sofrimento e insatisfação - tem relação não apenas com características genéticas ou de funcionamento cerebral. Pelo contrário, parte do princípio que a forma da pessoa agir e pensar é um fator de fundamental importância, tanto para a compreensão das queixas atuais quanto para sua superação.

TDAH em crianças

Em crianças, o impacto maior do TDAH é sobre a vida escolar e familiar. Em casa, crianças com tipo hiperativo-impulsivo e desafiadoras são usualmente geradoras de muito estresse e conflitos. A dificuldade em seguir regras origina problemas com os pais, que, normalmente, tem dificuldades para conseguir que estas crianças adequem-se ao que é esperado delas.

Associado à baixa tolerância à frustração e controle de impulsos, estas crianças normalmente tem problemas também em relacionamentos interpessoais com colegas e professores. Na área escolar, a hiperatividade e a desatenção levam a prejuízos no desempenho, que podem facilmente tornarem-se crônicos.

TDAH em adolescentes

Mais da metade das pessoas que desenvolveram TDAH na infância manterão os sintomas até a idade adulta. Desta forma, cuidados especiais são necessários, para minimizar as consequências negativas em anos posteriores. No caso de adolescentes, além dos desafios próprios do TDAH, a fase atual do ciclo de vida coloca uma série de questões específicas, ligadas ao interesse pelo sexo, ampliação das amizades e interesses em grupos sociais e tribos urbanas, comportamentos opositivos mais frequentes, desafios às regras da família e maior intensidade emocional, dentre outros.

TDAH em Adultos

Nos casos de TDAH em Adultos, há três aspectos comuns: as queixas do TDAH estão associadas a co-morbidades (relação com sintomas de outros transtornos), forte rebaixamento da auto-estima e padrões comportamentais de auto-sabotagem, como adiamento crônico e não realização de objetivos que estão ao alcance da pessoa.

As co-morbidades mais comuns são ansiedade, depressão, preocupações crônicas e/ou excesso de pensamentos negativos tornam ainda mais difícil superar os déficits associados ao TDAH. O rebaixamento da auto-estima ocorre em função dos fracassos e do excesso de críticas acumulados ao longo da vida. Como isso reduz a auto-confiança, a pessoa pode deixar de tentar melhorar ou buscar outras alternativas  - como forma de se proteger - o que é um fator de risco para o agravamento das situações incômodas.

Tratamento

O grande diferencial da Psicoterapia Comportamental é que ela é uma modalidade terapêutica muito ativa, tanto por parte do terapeuta quanto do cliente. Terapeuta e cliente discutem juntos quais são os objetivos, prioridades do tratamento e sobre as estratégias (as atividades, procedimentos e técnicas) que permitirão atingir estes objetivos. As sessões terapêuticas são altamente estruturadas. Há um conjunto de passos, atividades e conteúdos, ao longo dos quais o cliente desenvolve habilidades que ainda não possui, passa a enfrentar as situações críticas de formas mais positivas, desenvolve maior autonomia e capacidade de encontrar satisfação pessoal.

O foco do tratamento combina diversos elementos, de acordo com cada caso, de forma personalizada. O trabalho tem por objetivo o desenvolvimento da capacidade de seguir regras e aceitar limites, maior auto-controle e capacidade tolerar pressão, críticas e frustrações, além de maior equilíbrio emocional, capacidade para resolver seus problemas, organização e realização de tarefas até o final, sem as interrupções que são muito comuns durante o transtorno (começar algo e não conseguir terminar). Quando há presença de outros transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, são igualmente tratados.

Elídio Almeida
Psicólogo| CRP 03/6773
Salvador – Bahia
elidioalmeida.wordpress.com

Fonte http://elidioalmeida.wordpress.com/2010/11/01/tdah-transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade/

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